Se você não é nem muito bonita, nem muito feia, vai ficar sem sexo e sem casamento. Porque os homens pegam as muito bonitas só para diversão, mas se casam é com as feias. E na fase dos quase trinta em que me encontro, eles já estão em busca das feias.
Isso porque as bonitas não regulam pra ninguém. Não vêem nada demais em ir pra cama no primeiro semestre, no primeiro mês ou no primeiro encontro. E essas são mais divertidas. É com elas que eles vão brincar mesmo.
Só que na hora de montar casinha, eles vão atrás das meninas feias e sérias, que não dão para ninguém, ou quase ninguém, seja por economia – algo a ver com a relação entre oferta e demanda, diria a oposição – ou por convicção, que nesse caso se divide entre religiosa e estratégica. A convicção religiosa coloca como pecado conhecer um homem antes do casamento; enquanto a estratégica considera que os homens querem levar alguém santa como a mãezinha pro altar. E aí, as muito feias ganham. De virada. As assim-assim tomam um baile duplo.
Enquanto as belas mulheres desfilam sua ideologia na grande mídia, as feias dominam outros espaços. Os salões de beleza, por exemplo. Locais onde suas teorias são compartilhadas e amplamente discutidas de forma gratuita e dissimulada. Foi em um prosaico salão de bairro que esta cronista tomou contato com essa filosofia e com aquele prognóstico terrível do primeiro parágrafo.
E não é só isso. Elas investem na contra-informação. No boca a boca, as muito feias são consideradas mais divertidas, melhores de cama, mais cultas e por aí vai.
A realidade parece confirmar esses fatos. Ou você nunca esteve no metrô, no shopping ou na escola e viu uma moça destituída de beleza formal – o fenômeno Rafinha Bastos já está a influenciar outras artes – no maior dos amores com algum mocinho? E se perguntou por que você, leitora amiga, só consegue algumas bitocas na balada?
Pois aqui se nasce com mais ou com muita beleza e aqui se paga.
As muito feias não perdoam.
Aline Viana
Aline, querida, se a sua teoria estiver a menos de um quilômetro da realidade e morar além do perímetro do salão de beleza que você frequenta, eu tenho uma péssima notícia pra você! Bom, melhor deixar pra lá…e torcer para que a tal teoria beleza x sexo x casamento esteja furada! Agora a minha opinião, facilmente comprovável, é de que de fato as feinhas se empenham mais, isso porque elas entram em campo com o placar adverso e acreditam piamente que o esforço compensa a falta de atributos visíveis. Já as bonitonas acham que ganham o jogo de véspera e que só o arrozinho com feijão já basta. Viu só? Futebol e relacionamento têm muito a ver. Como um torcedor crédulo no futebol-arte vou continuar acreditando que um dia Papai do Céu ainda vai me dar a oportunidade de conhecer um Neymar de saia! Se possível, não tão arrogante quanto ele. Deseje-me sorte!
Um beijo.
Ricardo
Essa teoria de que os menos bonitos se esforçam mais vale pra todo mundo. Tem meninos que, olhando a gente não dá nada, mas circula com um puta mulherão, rsrsrs
Bem, com essa lábia, Ricardo, desconfio que a sua “Neymar” já esteja a caminho. 😉 Estou até de dedinhos cruzados por você, rsrsrs
Bjs,
Aline
E se a minha “Neymar” fosse você? Como saber? Aí a sua teoria estaria completamente comprovada!!! rs
Uma crônica muito bem escrita embora eu não saiba ainda se concordo com a teoria teorizada aqui.
Olha, mas se vc já ficou balançada, as feias comemoram porque plantaram a semente da dúvida! Abaixo a hegemonia da boniteza, rsrsrs 😀
Mas que sua crônica está bonita e gostosa de ler, isso não se discute…
Super obrigada, Afonso 😀
Muito boa de ser ler …
Porém muito difícil de concordar …
Quais os parametros de beleza?
Em qual espelho?
Com qual olhar?
Gostei de ler … bom …
Já se diz que a beleza está no olho de quem vê, mas nesse texto resolvi brincar um pouco justamente com essa questão dos padrões.
Fico feliz mesmo que vc tenha gostado. Obrigada 🙂
Impressão minha ou rolou uma cantada nesses comentários aí? hahaha
Impressão sua, Henrique 😛
Vou reparar melhor se essa história das feias é verdade. Acho um pouco difícil, pq demora um tempo até encontrar uma delas.
Concordo com essa teoria hein… apesar de, como disse um amigo ai em cima, parâmetros de beleza ser algo difícil de precisar, pelo menos na nossa sociedade global, as “fora da mídia” acabam levando a melhor… pelo menos, encontrando companhias mais honestas!
Verdade, Marina. Honestidade é um dos melhores diferenciais.
Bjs,
Aline