Depois daquele beijo

beijo
Foto: Flickr

O leitor já se apaixonou. Todo apaixonado sabe quando está apaixonado. Mesmo que não de pronto. A consciência toma forma em algum momento. Pode até ser tarde demais, mas aí já é outra história.

Existe, porém, aquele beijo. Não é o beijo da paixão o que eu falo. É o beijo do prospecto da paixão. O beijo que insinua que você é dela e que ela é sua. Em algum universo paralelo, ao menos. Os tempos são modernos e a paixão, sorrateira. Mas o beijo ainda é o melhor termômetro do estado das coisas.

Há quem diga que o sexo pode até ser mais ou menos, mas o beijo precisa de empatia. Devaneios à parte, existe, sim, o beijo que muda tudo de figura. Que fica na memória te martelando. Você vai se apaixonar. O teu mundo pode ser maravilho, apesar de estar ruindo.

Neste contexto, eu chamo esse beijo de terapêutico. Porque você ainda não está “perdidamente” apaixonado – e as aspas não são minhas, sãos suas, leitor – mas está maravilhado diante da ideia. Se se evita o imponderável da paixão, reconhece-se o alento que ela proporciona à indevassável angústia de “ser” – e de quem serão essas aspas? – no século XXI.

2 comentários em “Depois daquele beijo

  1. Eu costumava definir esse momento como aquele em você sabe que o passo seguinte vai te jogar no abismo, dá tempo pra dar meia-volta, mas se você entrar, já era, rsrsrs Só uma observação, se o beijo é bom, não existe o risco de o sexo ser mais ou menos, hahahaha Ótimo texto, moço 😉

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